Casal que ostentava vida de luxo com dinheiro de agiotagem é investigado no Norte do ES

A polícia capixaba desvendou um esquema de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro comandado por um casal que atuava no Norte do Espírito Santo. As investigações, que começaram em julho de 2024 após uma denúncia, revelaram que as vítimas eram ameaçadas de morte quando não conseguiam quitar suas dívidas, sendo forçadas a transferir bens móveis e imóveis como garantia para os suspeitos.

Durante a Operação denominada “Aggio”, deflagrada no último dia 1º de novembro, um dos investigados foi preso no pedágio da BR-101 em São Mateus. Com ele, a polícia apreendeu uma arma, que ele tinha registro, mas não tinha autorização para porte.

Empresa movimentava milhões de reais e criptomoedas

O esquema foi descoberto após a polícia rastrear uma empresa, ligada aos suspeitos, que chegou a movimentar R$15 milhões por ano, valor 214 vezes maior do que o declarado. A movimentação anormal das contas chamou atenção dos policiais.

Além dos valores em dinheiro, os suspeitos chegaram a fazer mais de 1.000 transações de criptoativos.

Segundo o titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Mateus, delegado José Eustáquio, os investigadores conseguiram localizar a empresa num bairro em São Mateus, em um prédio residencial, muito discreto, sem nenhuma placa de identificação.

No escritório da empresa, foram apreendidos documentos e contratos de garantias de bens das vítimas, que juntos, somam R$ 5 milhões.

Ameaças e juros altíssimos

Segundo as investigações, os empréstimos, que começavam com R$ 15 mil chegavam ao valor final de R$200 mil por conta dos juros. Isso fazia com que as vítimas ficassem sempre presas aos suspeitos, sendo obrigadas a transferir seus bens ao casal como garantia de que pagariam os empréstimos sob pena de graves ameaças.

Casal ostentava vida de luxo

De acordo com a polícia, com o dinheiro extorquido das vítimas, o casal ostentava nas redes sociais uma vida luxuosa, regada a muitas viagens e restaurantes caros.

“A empresa deles não tinha funcionários, mas em um mês chegou a movimentar R$ 2,5 milhões. O indiciado atuava como procurador da empresa e movimentava as contas. Esse dinheiro eles utilizavam para manter um padrão de vida muito acima daquele declarado”, explicou o delegado.

Além dos documentos encontrados no escritório da empresa do casal, a polícia também apreendeu veículos, dinheiro, armas e dispositivos eletrônicos.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, quem efetivamente atuava nas movimentações era o homem, por isso, no momento da abordagem apenas ele foi preso. Porém, a mulher continua sob investigação.

O preso vai responder por extorsão, lavagem de capitais com causa de aumento de ativo de pena por conta das ações com criptoativos e crime de usura.