MÚSICA
26/06/2021 06H54
Na segunda-feira, 28 de junho, é comemorado o Dia do Orgulho LGBTQIA+, e em celebração a este fato, a TV Globo veiculará o “Falas de Orgulho” após a exibição do capítulo de “Império”.
Porém, para ir preparando o público para conferir ao programa, foi transmitida nas redes uma Live Falas do Orgulho, que contou com comando da atriz Bruna Linzmeyer e recebeu o ex-BBB Gil do Vigor, a historiadora Giovanna Heliodoro, a diplomata Ariadne Ribeiro e a cantora Majur, estas duas últimas presentes no especial de segunda-feira.
Bruna Linzmeyer
“Que possamos achar futuro para nós, para nossos corpos e para nossa identidade. Que não possamos ter medo de andar de mãos dadas na rua, de ser quem somos por medo”, declarou a atriz diversas vezes
“Olham muito para a gente como narrativa de dor, e pode até ter muitas vezes, mas temos de alegria, de amor, temos capacidade para reverter essa história e viver felizes, com muita alegria e liberdade”, afirmou em dado momento.
“É nosso trabalho reconhecer tudo isso que passou, e ser inspiração para construirmos um caminho novo, um futuro melhor para mim e outras pessoas que virão e poderão se inspirar. Estamos tecendo tudo isso juntos, e é muito bonito”, celebrou Bruna Linzmeyer.
Giovanna Heliodoro
“Estou feliz que estamos construindo novas possibilidades de história que não sejam apenas tristes, e que nossa voz possa ecoar para todos os lugares”, garantiu Giovanna Heliodoro, conhecida nas redes pelo perfil @transpreta.
“Eu amei sua passagem pelo BBB21, pois mesmo eu sendo trans, você estar assumido de forma tão aberta como eu sou, me deu muita inspiração”, chegou ela a dizer para Gilberto.
“Me dediquei ao conhecimento para guardar quem eu sou, ocupar minha cabeça com outras coisas, pois sempre ouvi na minha cabeça que eu poderia ser tudo, menos travesti, até dentro da própria comunidade LGBTQIA+. Porém, foi em um momento de contato com as artes e minhas vivências que percebi que eu poderia conhecer e aceitar a mim mesma, e foi na universidade. Sou grata por todas as pessoas LGBTQIA+ que vieram antes de mim, que lutaram para termos nosso espaço”, explicou a hsitoria dora.
“Lembro até hoje da emoção quando peguei meu documento, quando puder dizer que sou Giovana. Algumas coisas para pessoas são tão simples, para nós não. Tive também muita dificuldade de arrumar emprego, mas também decidi criar eu mesma meu próprio emprego.”
Gil do Vigor
De cara, Gil do Vigor afirmou: “Ouvido a gente é, mas respeitados não, e precisamos que as pessoas passem a nos respeitar, respeitar a nossa voz. Mostrar para os governantes quem somos e que precisamos de atenção”
“Eu demorei para entender que Deus em amava como eu era, pois ouvimos muitas vozes, mas só uma é de deus. Mas se Deus criou tudo perfeito, por que eu seria um erro?”, revelou o doutorando em economia
“Fui gerado assim, nasci assim, como eu estaria condenado para ir ao inferno se Deus tem um plano de amor? Comecei a questionar usando a palavra de Deus, a do amor, e o preconceito vai contra o que ele estava ensinado”, continuou ele.
“Com isso, aos pouquinhos passei a me aceitar, a me entender. Já cheguei a voltar de uma missão, se ajoelhar e dizer para tirar isso de mim, até entender que Deus me fez assim para os propósitos dele”, concluiu Gil
Ariadne Ribeiro
“Participar do Falas de Orgulho foi um conflito da minha cabeça, pois não tenho es salive artística, então tive muita luta dentro da minha carreira diplomática. Mas quando tive oportunidade de falar questões tão importantes, eu aceitei na hora. Tenho dificuldades sociais terríveis, mas venci pelo amor que tenho em lutar por um mundo melhor”, iniciou Ariadne Ribeiro em seu discurso na live.
“Quero também deixar aqui minha gratidão a vocês que são figuras públicas da comunidade, que mostram que há um futuro para pessoas como nós. Quando alguém como eu é uma figura pública, podemos da inspiração, e se alguém me ver na televisão e se inspirar a ser quem é, minha missão ta feita. É revolucionário ver alguém que bombou após sair da exclusão”, afirmou.
“Saúde mental é primordial nesse processo de se descobrir quem realmente é, Tive alguns privilégios na minha vida, e um deles foi ter acesso à saúde e possibilidade de um acompanhamento e participação de pessoas queridas que se propuseram a encontrar algo que pudesse ser feito, o que me levou a me aceitar”, explicou ela
“A raça humana é a única que não reconhece a própria diversidade apesar de vê-la constantemente o tempo todo e em todo lugar. Não há nenhuma espécie animal que negou a sua diversidade”, garantiu.
“A raça humana foi a única que tentou hierarquizar as pessoas com base em suas características, mesmo sendo incabível pela natureza”.
“As pessoas não questionam quando nos violentam, não reconhecem nas micro violências que isso não é natural, que esse preconceito é aprendido de forma tão estruturada que não questionamos. Levar esse conhecimento para dentro da gente e ver que a humanidade só está perdida, notamos que alguém precisa ir dar uma luz e escutar a dor dela”, continuou explicando.
“Não foi fácil falar da minha história para o grande público, ainda mais momentos tão íntimos da minha vida, e nem sei como isso será visto pelas pessoas, mas sei que, se reagirem, é porque tocou, e se tocou, o processo começou a ser feito”, concluiu ela.
Majur
“Quando eu era criança, eu não queria ser quem eu sou justamente por medo de não chegar a algum lugar. Hoje somos protagonistas, então se tivesse uma inspiração, seria muito mais fácil. Ter um especial como o Falas é muito importante nos dias de hoje, como disseram, é uma revolução, uma reinvindicação do mundo, de como ele deveria ser, pois não queremos tomar o lugar de ninguém, mas sim conquistar o nosso espaço”, contouMajur
“Educação, estudo e cultura é essencial para crescermos, mas se estou aqui, é porque teve pessoas antes de mim que colocaram a mão e abriram caminho para mim estar aqui agora. O amor me salvou, e uso desse amor no meu trabalho para ele ser inspiração a outras pessoas”.
“Não é fácil, mas precisamos entender a diversidade de corpos e sexualidade. Você precisa aceitar como a sociedade é. Respeito é a base de qualquer sociedade. Fico muito feliz de ter participado e poder ser inspiração para crianças e adultos LGBTQIA+”, celebrou a artista
“Eu sou uma mulher trans, e passei por um processo desde os 04 anos tentando em entender na frente do espelho. Engraçado que realmente acham que a gente escolhe, mas é natural de nós. Questionei meu corpo com 4 anos, então identifiquei ele como não-binárie, ou seja, sem ser homem ou mulher, até que finalmente me compreendi como pessoa trans, mulher trans”, revelou.
“Crianças perdem infância por falta de conhecimento e entendimento, pois só conhecimento pode nos libertar e ajudar as pessoas. Acabei de lançar um disco sobre a construção do meu corpo e como ele. Agora sou livre de verdade”, apontou a cantora.
“A arte me libertou, e me possibilitou ser quem sou de verdade. Eu estudei design, e em uma atividade de semiótica, a professora pediu para escrevermos sobre nosso corpo, e quando eu em descrevia, percebi que eu performava uma outra pessoa, que não era eu”.
“Quando comecei a cantar nos barzinhos de Salvador, comecei a aflorar isso. Eram meu personagem da arte, mas que virou minha vida, e foi assim que em encontrei nesse processo”, disse Majur.
Confira “Falas de Orgulho” na próxima segunda-feira, 28 de junho, na TV Globo, logo após a exibição do capítulo de “Império”.