Ney Matogrosso completa 80 anos neste domingo (1). No mês em que celebra mais um ano de vida, o artista não só lança quatro músicas do disco que gravou durante o isolamento social e participa do clipe de “Vênus em Escorpião”, feat. com Gaby Amarantos no novo álbum da cantora, PURAKÊ, como aparece em todas as livrarias com Ney: a Biografia. (Cia. das Letras).
Escrito pelo jornalista Julio Maria, o livro aborda a trajetória do artista, que teve a sua vida retratada em 512 páginas, e traz uma visão que vai além do seu personagem, mas mergulha na alma de Ney de Souza Pereira.
Questionado sobre como foi a experiência de ter a sua vida retratada, Ney admitiu que não gostou muito da ideia no começo, principalmente por não ter tido uma boa experiência no passado com biografias.
“A princípio, a ideia me incomodou porque já fizeram uma biografia minha (Ney Matogrosso: Um Cara Meio Estranho, Editora Rio Fundo, 1992) e a pessoa que escreveu (a jornalista Denise Pires Vaz) me enlouqueceu durante quatro anos. Ela invadiu a minha vida, teve um momento em que parecia que estávamos fazendo terapia. Chamava ela de doutor Freud. Então, quando o Julio veio dizer que queria fazer a minha biografia, eu falei: ‘Tudo bem, hoje há uma lei que não me permite proibir isso’. Mas pedi que ele tomasse cuidado porque as pessoas falam muita loucura a meu respeito, a imprensa publica muita loucura sobre mim. Falo de mentiras mesmo. Aí quando ele disse que eu não poderia ler o texto antes de ser publicado, falei: ‘É uma pena porque, se tiver mentira, vou poder ir em cima de você. Eu não vou censurar, não é a minha intenção. Mas, se você me deixar ler, vai facilitar a nossa vida. Não vamos ter brigas mais para frente’”, relembrou ele, em entrevista a revista Marie Claire.
O artista ainda relatou o sentimento de ler a sua própria história. “É muito louco, mas na leitura não me envolvo mais com a história, já foi. Posso imaginar como determinada passagem vai soar, como as pessoas lerão uma ou outra coisa. Mas é o máximo a que eu chego. Não fico embevecido pela minha história e embarco. Li tudo friamente, observando apenas se tinha alguma informação errada”, contou ele, que afirmou que não censurou nada depois de ler o que foi feito, porém, tomou cuidado e deixou de revelar algumas coisas.
“A partir do momento em que eu aceitei, aceitei. Vetar, censurar alguma coisa não passa pela minha cabeça. E, depois que a coisa está pronta, não vou cortar nada. Eu censurei o que achava que devia lá no começo, e não falei. Tudo que não podia não contei, também porque não quero envolver terceiros. É uma questão ética para mim”, disse. “A única coisa que sonego são minhas relações pessoais, as pessoas com quem transei. Não quero fazer escândalo. Não estou a fim de balançar o coreto da MPB”, completou.
NOVO ÁLBUM
Depois de um tempo recluso durante a pandemia da Covid-19, Ney Matogrosso tirou um tempo para investir em mais um novo álbum. O artista assinou com a gravadora Sony Music e se prepara para lançar mais um álbum de estúdio, intitulado “Nu Com a Minha Música”. O disco trará canções selecionadas por Ney e chegará em agosto.
“Estou muito feliz por ter fechado um contrato com a Sony Music e lançar um álbum em homenagem aos meus 80 anos”, comemora Ney Matogrosso.
O Presidente da Sony Music Brasil, Paulo Junqueiro, falou a respeito da contratação: “Ney é um dos artistas que mais admiro e respeito. Poder voltar a trabalhar com Ney é um sonho que se torna realidade! A família Sony Music está mais rica com a sua chegada e só posso agradecer a confiança, com a certeza que a nossa parceria será linda e duradoura”.
No dia 1º de agosto, data em que completa 80 anos, Ney Matogrosso lançará o primeiro EP do projeto “Nu Com a Minha Música”, com quatro canções, entre elas a faixa-título, composta por Caetano Veloso. Oferecendo um presente para si e para a música nacional, o artista preparou um repertório de 12 canções especialmente selecionadas por ele, que serão reveladas na íntegra até o final de 2021.
Com um estilo incomum e um tom de voz excepcional, Ney Matogrosso caiu como uma bomba na cena da MPB dos anos 70, quando ainda integrava o grupo Secos & Molhados. O fim do grupo marcou o início de uma produtiva e próspera carreira solo, em que Ney começou a explorar sua persona sensual e carismática, acompanhada de um repertório repleto de sátiras e ironias. Com o passar do tempo, Ney passou a apresentar-se através de interpretações profundamente sensíveis de grandes clássicos da sua carreira e da música popular brasileira.