Tony Ramos entrou ao vivo no “Jornal das 10” da GloboNews, nesta terça-feira, 26 de outubro, para falar de sua história com Gilberto Braga e comentar a morte do novelista, vítima de uma infecção, aos 75 anos. Eles trabalharam juntos em algumas obras e o artista fez uma análise breve dos sucessos do escritor. Ele ficou sabendo da notícia pelo telefone, quando a produção do canal de notícias o ligou para pedir a entrevista.
“Eu acabo de saber dessa triste notícia. Eu fui informado agora. Eu fiz a adaptação de Primo Basílio, de Eça do Queiróz. É uma notícia que você não quer ouvir. Eu não sabia que ele tinha sido internado. Tudo muito triste!”, declarou o ator.
O “J10” afirmou ainda que ele tinha novelas em fase de produção na Globo. “Era uma pessoa ativa e tinha projetos diversos aqui na emissora”, anunciou Aline Midlej, âncora do jornalístico.
“Gilberto sempre foi um autor refinado, culto que ele era. Ele conseguia espiar essa vida com requinte, nas classes mais abastadas. Ele fazia um recorte disso com muita crítica comportamental – não era só mostrar os desfiles. Os tipos populares se misturavam a isso. Ele tinha essa característica, uma fina ironia”, analisou Tony, que trabalhou com Braga em “O Primo Basílio”, adaptação da obra de Eça de Queiróz.
“Fico buscando adjetivos para tentar dar ao público, alguma coisa a mais do que a obra dele já fala. ‘Vale Tudo’ é uma das mais belas novelas que já vi em toda minha vida”, continuou o ator. Tony Ramos ainda afirmou que não “Essas coisas vão te impactando e aos poucos você vai colocando no lugar. Ele era um homem que recebia muito bem. Quantas conversas inteligentes, quantos papos… isso só o tempo e a emoção vão conseguir colocar no lugar”, finalizou o ator.
Carreira de sucesso
Gilberto Braga ficou mais de 40 anos na Globo e escreveu diversas novelas. Com Paraíso Tropical, de 2007, foi indicado na categoria de Melhor Telenovela ao Emmy Internacional, maior prêmio do mundo para televisão.
Ele também arrancou risos do brasileiro e colocou sua trama carioca na boca do povo com a icônica Bebel, personagem de Camila Pitanga, na trama de 2007. A frase ‘Eu tenho catiguria‘ da garota de programa caiu no gosto do povo. Ela e o personagem de Wagner Moura, Olavo, conquistaram o público e ganharam uma repercussão e tanto fora das telas.
Ao falar dos grandes mistérios da televisão brasileira, o artista criou o mistério “Quem matou Odete Roitman?”. Sempre que se quer falar de um mistério, é comum pessoas usarem a pergunta, mas nem todo mundo sabe a origem da pergunta. Esse foi o clímax de Vale Tudo, trama do novelista de 1987.