Na terça-feira, 4 de janeiro, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que o Carnaval de Rua da cidade está oficialmente cancelado. Contudo, pontuou que as escolas irão para a Marquês de Sapucaí fazer o tradicional desfile. Em entrevista ao Conexão GloboNews, na manhã desta quarta-feira, 5 de janeiro, ele explicou o porquê pretende manter um e cancelar o outro: a possibilidade de controle do público.
Os blocos que desfilam pela cidade não controlam qualquer tipo de acesso. Então, vacinados ou não, contaminados ou não pela Covid-19 estarão misturados sem qualquer tipo de vigilância. Por outro lado, a Sapucaí tem controle de público por causa da plateia, quem entra para desfilar nas escolas tem registro, compra fantasia e o controle é bem maior, como reforçou Eduardo Paes (PSD).
O político ainda destacou que não pretende, de maneira alguma, expor a população a riscos sem medidas de vigilância. Por isso, deixou claro que pessoas infectadas e não vacinadas devem ficar longe da Cidade Maravilhosa durante os dias de folia.
Se você é do Rio e quer desfilar na sua escola de samba ou quer ir assistir o carnaval, você tem que estar vacinado. Se você é de outro lugar do Brasil, nós queremos receber você no Rio de Janeiro e será muito bem-vindo, mas se estiver vacinado. Se não estiver vacinado não vai conseguir nem se hospedar na cidade do Rio de Janeiro”
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, sobre desfile na Marquês de Sapucaí
O prefeito afirmou que o esquema com a Marquês de Sapucaí será semelhante ao dos estádios, com o retorno dos campeonatos de futebol recebendo torcida nas arquibancadas. Essa comparação havia sido adiantada pela jornalista da GloboNews Flávia Oliveira na noite anterior à live. Ela discorda do político. Para Flávia, o público que de fato entra na Marquês de Sapucaí é muito maior que a equipe técnica de dois times de futebol. Por isso, a aglomeração e as possibilidades de controle demandam atenção redobrada.
Apesar disso, Flávia sugere projetos piloto para que os desfiles ocorram com segurança. Ela reforça que os ensaios técnicos – cancelados pela prefeitura – possam servir como ‘Pilotos’ para o controle de público, acesso e dispersão de quem desfila e da plateia em geral.
BLOCOS EM CASA
A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou na tarde desta terça-feira, 4 de janeiro, o cancelamento do Carnaval de rua da cidade. O motivo é o avanço da pandemia da Covid-19. A informação foi dada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) durante live nas redes sociais.
“Acabei de ter, nesse momento, uma reunião com o pessoal dos blocos de rua, e a gente comunicou a eles, que o Carnaval de rua, nos moldes que eram feitos até 2020, não acontecerá em 2022. Infelizmente, eu falo aqui como prefeito que gosta de Carnaval, como cidadão, e infelizmente a gente não pode fazer”, disse.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, nos últimos dias, a taxa de testes positivos para a doença no município do Rio cresceu de 0,7% para 9,6%. Este é o segundo ano consecutivo sem festa para os foliões que curtem blocos de ruas devido à pandemia. Na semana passada, a Banda de Ipanema já havia anunciado que não desfilaria este ano devido ao aumento de casos da doença.
Em entrevista à GloboNews, Rita Fernandes, do bloco Sebastiana, disse que a decisão da Prefeitura foi bem aceita pelos colegas apesar da tristeza. “Os eventos estão liberados, desde que a gente tenha a responsabilidade de testar as pessoas e exigir o comprovante das duas doses”, explicou.
Rodrigo Rezende, presidente da Liga Amigos do Zé Pereira, disse também à reportagem que irão pensar em alternativas para que a população possa se divertir, mas com total segurança. Rezende afirmou que já esperava pela proibição.