Motorista que atropelou mãe e filha em Vila Velha é preso em Jardim da Penha

Foi preso nesta terça-feira (27) Wenderson Fagundes Melo de Oliveira, de 20 anos, motorista que avançou o sinal e atropelou mãe e filha em cima da faixa de pedestres na Glória, em Vila Velha, no dia 21 deste mês. A menina de cinco anos acabou não resistindo aos ferimentos e morreu na tarde da última sexta (23).

O jovem estava sendo procurado desde a segunda-feira (26), mas não foi localizado nos endereços fornecidos. Nesta terça-feira (27), a polícia chegou a emitir um comunicado informando que o Wenderson era considerado foragido e no, final desta tarde, ele foi localizado pela equipe da Guarda Municipal de Vitória em Jardim da Penha.

Segundo a defesa do motorista, o jovem estava a caminho da delegacia para se entregar.

DETALHES DA PRISÃO

A prisão do motorista foi feita durante uma blitz da Guarda Municipal de Vitória, embaixo do viaduto em frente à Ufes, em Jardim da Penha. O carro em que ele estava foi abordado em uma fiscalização aleatória e a mulher que dirigia o veículo informou aos agentes que estava transportando uma pessoa com mandado de prisão em aberto.

Quando os guardas verificaram o carro, encontraram Wenderson. Segundo a polícia e os agentes da Guarda, o jovem não resistiu a prisão. Ele foi levado para a Delegacia de Delitos de Trânsito da capital e depois para o Departamento Médico Legal (DML) onde passará por exames antes de ser levado para o Centro de Triagem de Viana.

CONTRADIÇÕES NO DEPOIMENTO

De acordo com o delegado Maurício Gonçalves, da Delegacia de Delitos de Trânsito, o motorista, que fugiu do local do acidente sem prestar socorro às vítimas, entrou em contradição em alguns pontos de seu primeiro depoimento.

“O depoimento dele feito na regional traz várias contradições, como o porquê ele teria levado o veículo dele até Cariacica. O local do crime fica a 700 metros da 2ª Delegacia Regional, ou seja, a um minuto de carro. Ele afirmou na regional que o veículo dele não tinha condições de tráfego. Se veículo não

tinha condições de tráfego, como ele se deslocou por mais de 12km até Cariacica e não se deslocou 700 metros até a [delegacia] regional? Se ele tinha intenção de se entregar a polícia, por que ele foi até Cariacica?”, questionou Gonçalves.

O delegado disse em entrevista que o motorista não esperava que seria preso.

“Ele acreditava na impunidade. Acreditava que o veículo dele não seria identificado, motivo pelo qual ele se evadiu do local, não prestou socorro e tentou ocultar o veículo. Quando ele foi confrontado com a identificação do veículo foi quando ele se dirigiu até a regional”, afirmou o delegado.

A polícia informou que o motorista deve ser interrogado novamente para esclarecer a dinâmica do acidente.

“A versão dele não bate com o que eu vi nos vídeos. Vou precisar reinquiri-lo para esclarecer efetivamente o que aconteceu. Questões como se ele visualizou as vítimas, a que distância ele estava do local, para onde ele se dirigia, de onde ele estava vindo, questões que não ficaram esclarecidas no primeiro depoimento”, finalizou.

O motorista deve responder pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado, ambos com dolo eventual.

O ACIDENTE

Mara Núbia, de 35 anos e a filha Laura Beatriz, 5 anos, foram atropeladas por um carro em alta velocidade quando atravessavam a faixa de pedestres na noite de quarta-feira (21). O local fica bem em frente ao Pronto Atendimento da Glória, onde a menina de 5 anos havia sido levada para uma consulta médica.


A mulher teve múltiplas fraturas no corpo, enquanto Laura Beatriz acabou não resistindo aos ferimentos e morreu no hospital dias depois.

Após o acidente, o motorista fugiu sem prestar socorro. A partir de denúncias de testemunhas, a Polícia Militar conseguiu identificar o proprietário do carro, que compareceu na delegacia cerca de uma hora e meia depois.  O suspeito disse na época que fugiu do local com medo de ser linchado.

Na delegacia, o condutor foi autuado em flagrante, mas não apresentou o carro pois ele já havia levado o veículo para uma oficina. Na ocasião, ele pagou fiança e foi liberado.